ABSTRACT
Objetivo: Avaliar o atendimento prestado pelos profissionais de saúde às mulheres vítimas de violência sexual no Programa Violeta e a sua adequação frente às recomendações técnicas do Ministério da Saúde. Método: Estudo de abordagem qualitativa, com dados obtidos por meio de entrevista semi-estruturada realizada com seis profissionais de saúde que atuam no Programa Violeta, do Hospital Regional da Asa Sul/Secretaria de Estado de Saúde-Distrito Federal, no que tange à organização do atendimento, preparo profissional, crenças, valores, facilidades e dificuldades para a prestação de um atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência. Os resultados obtidos foram analisados pela técnica de análise de conteúdo temático. Resultados: De modo geral, os profissionais de saúde que atuam no Programa Violeta buscam atender às recomendações da legislação do Ministério da Saúde no que se refere ao cumprimento do cronograma de exames e medicamentos, bem como na oferta de um atendimento humanizado e diferenciado às mulheres agredidas. Contudo, avaliam que enfrentam uma série de limites institucionais, tanto no âmbito interno relacionados com as condições de trabalho, o preparo profissional e a capacidade da rede de serviços, como no âmbito externo, tal como a violência estrutural e de gênero prevalente na sociedade. Os entrevistados sugerem ações de educação dos profissionais que atuam e integram a rede de atenção à saúde das mulheres. Conclusões: Os autores destacam a necessidade de maior investimento na educação permanente em serviço, bem como o fortalecimento da descentralização e articulação intra-institucional e intersetorial, criando-se um sistema de referência para a prestação de uma atenção qualificada às necessidades das mulheres vítimas de violência sexual. Palavras-chave: Violência contra a mulher, Saúde da mulher, Humanização da assistência, Avaliação da assistência.